sexta-feira, 6 de julho de 2012

Carta do Beato João Paulo II ao jovens

Se você identificar-se com alguma característica desta carta, compartilhe, comente, coloque no face e curta.


Carta do Beato João Paulo II aos jovens.

Precisamos de Santos sem véu ou batina. 

Precisamos de Santos de calças jeans e tênis.
 Precisamos de Santos que vão ao cinema, ouvem música e passeiam com os amigos.

Precisamos de Santos que coloquem Deus em primeiro lugar, mas que se "lascam" na faculdade.

Precisamos de Santos que tenham tempo todo dia para rezar e que saibam namorar na pureza e castidade, 

ou que consagrem sua castidade. 

Precisamos de Santos modernos, Santos do século XXI com uma espiritualidade inserida em nosso tempo.

Precisamos de Santos comprometidos com os pobres e as necessárias mudanças socias.

Precisamos de Santos que vivam no mundo se santifiquem no mundo, que não tenham medo de viver no 

mundo. 

Precisamos de Santos que bebam Coca-Cola e comam hot dog, que usem jeans, que sejam internautas, que 

escutem discman.

Precisamos de Santos que amem a Eucaristia e que não tenham vergonha de tomar um refri ou comer pizza 

no fim-de-semana com os amigos. 

Precisamos de Santos que gostem de cinema, de teatro, de música, de dança, de esporte. 

Precisamos de Santos sociáveis, abertos, normais, amigos, alegres, companheiros. 

Precisamos de Santos que estejam no mundo; e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo mas que 

não sejam mundanos".



Fraternal Abraço.

Homília do Papa Bento XVI por ocasião da Solenidade de Pentecostes

Caros amigos, embora já tenhamos celebrado a grande festa de Pentecostes, venho através desta postar um pequeno trecho da homília de sua santidade o papa Bento, por ocasião da solenidade de Pentecostes.

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Mas olhemos para o Evangelho de hoje, no qual Jesus afirma: «Quando vier o Espírito da Verdade, Ele guiar-vos-á para a verdade total» (Jo 16, 13). Aqui Jesus, falando do Espírito Santo, explica-nos o que é a Igreja e como ela deva viver para ser ela mesma, para ser o lugar da unidade e da comunhão na Verdade: diz-nos que agir como cristãos significa não nos fecharmos no próprio «eu», mas orientarmo-nos para o todo: significa acolher em nós mesmos a Igreja inteira ou, ainda melhor, deixar que ela nos acolha interiormente. Então, quando eu falo, penso, ajo como cristão, não o faço fechando-me no meu eu, mas faço-o sempre no todo e a partir do todo: assim o Espírito Santo, Espírito de unidade e de verdade, pode continuar a ressoar nos nossos corações e nas mentes dos homens e estimulá-los a encontrar-se e a aceitar-se uns aos outros. O Espírito, precisamente pelo facto de que age desta forma, introduz-nos em toda a verdade, que é Jesus, guia-nos no seu aprofundamento e compreensão: não crescemos no conhecimento fechando-nos no nosso eu, mas unicamente tornando-nos capazes de ouvir e partilhar, só no «nós» da Igreja, com uma atitude de profunda humildade interior.

Para saber mais acesse:
 http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/homilies/2012/documents/hf_ben-xvi_hom_20120527_pentecoste_po.html


Fraternal abraço.

terça-feira, 5 de junho de 2012


SINAL DE VIDA PLENA

 O Evangelista João que escreveu o IV Evangelho, fala constantemente de sinais que Cristo deixou e que apontam para a divindade de Jesus e de sua vida. A mudança da água em vinho nas bodas de Caná, a cura do homem sego desde o nascimento. A imagem do novo nascimento (3,3-8), a água viva que ele promete dar e que matará a sede para sempre (4,10-15), a parábola do bom samaritano (10,11-15). O dom da graça divina, do amor de Deus definitivo, da vida eterna, da ressurreição e de muitas outras coisas maravilhosas e reais, embora invisíveis, e que estão contidas nestas imagens. O dom de Eucaristia é uma delas, ou melhor, a sua fonte.
A Eucaristia é um dom visível deixada num grande sinal que Jesus realizou as margens do Lago de Genesaré. Ao escurecer de um dia de trabalho intenso de atendimento ao povo, num lugar deserto, ele alimentou cinco mil pessoas. A partir desse fato Jesus começou a revelar a realidade de um grande dom que ela vai deixar antes da sua partida. Esta promessa nós a encontramos no capítulo VI do Evangelho já aludido. “Quem vem a mim não terá mais fome e aquele que crê em mim não terá mais sede” (5,35). Mais adiante, no versículo 51, revela com mais força: “o pão que da vida’ Que Ele vai dar é sua própria carne para a vida do mundo”. Com a mesma vivacidade, acrescenta no versículo 55: “Quem bebe meu sangue viverá em mim e eu nele”. Não será um dom passageiro, mas duradouro, não será uma relação unilateral, mas recíproca, não será qualquer amizade, mas será uma amizade vital, pessoal e divina. Dirá mais tarde: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em plenitude” (10,10). É a vida eterna, ressuscitada, definitiva, como consequência do dom de si mesmo. Tudo isso nos leva ao centro do mistério eucarístico, onde nossas explicações são insuficientes para descrever a realidade e então, quando atingimos com fé esta verdade, não nos resta senão comtemplar e rezar. A prospectiva é de vida completa e eterna. “Quem come de minha carne e bebe de meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia” (6,64). A vida plena é tudo o que o coração humano pode esperar.
A ceia da despedida é muito mais que uma ceia. Ela é uma ceia que recorda a grande libertação do povo israelita da escravidão do Egito. É uma ceia de amigos que se despedem, É uma ceia que antecipa o sacrifício de uma aliança que não tem fim. O corpo que será como que partido na cruz, o sangue que será derramado sobre o solo de nosso planeta privilegiado, serão  o documento do pacto celebrado e o banquete que sela o documento: “Este é meu corpo que é dado para vocês. Este é o cálice da nova aliança no meu sangue que será derramado em favor de vocês. Façam isso em minha memória” (Lc 22,19-20).
 Fonte: O comunitário frei Ismael Martignago.

segunda-feira, 4 de junho de 2012



CORPUS CHRISTI

Expressão é em latim e seu significado em português é: Copo de Cristo. Trata-se de um ponto de nossa fé católica que afirma que no pão e no vinho consagrado estão o corpo, a alma e a divindade de Jesus cristo. Enfim, Cristo está na Eucaristia, como o Senhor ressuscitado, propondo-se como alimento e companheiro der nossa caminhada.

Esta festa religiosa teve seus antecedentes por volta de 1200 quando foi brotando no meio do povo uma devoção crescente e especial a presença do Cristo sacramentado.


O movimento para que se fizesse uma festa pública para com a Eucaristia teve início na cidade de Liège, Uma religiosa chamada Juliana, da Ordem de Santo Agostinho, juntamente com algumas amigas, insistiu com o Bispo, Roberto de Liège, para que fizesse esta festa de comemoração. O Bispo Roberto instituiu para a diocese de Liège esta festa religiosa em 1246.

O Papa Urbano IV, que tinha pertencido o clero de Liège, estendeu essa comemoração para a Igreja do mundo inteiro, em 1264. Sua característica é da manifestação pública e externa de alegria a este sacramento tão querido na vida do povo católico. Este aspecto é difícil fazer aparecer na quinta feira santa, cuja característica é a interioridade.

O costume de se fazer procissão apareceu na colônia, Alemanha, em 1274.

Fonte: O Comunitário paróquia Imaculada Birigui/Sp – Abril/Maio/1999


CORPUS CHRISTI MISTÉRIO EUCARÍSTICO

Na quinta feira após o domingo da Santíssima Trindade, os fiéis católicos celebram o Corpo e o Sangue de Cristo (do latim Corpus Christi). A solenidade foi instituída pelo Papa Urbano IV em 11 de agosto de 1264, com a Bula Transiturus, a partir da tradição iniciada depois que a freira belga Juliana Mont Cornellon teve visões da Virgem Maria, pedindo para que fosse realizada uma grande festa para horar o copo de Jesus na Eucaristia.

Desde então, a celebração tem três finalidade: honrar Cristo, pedir perdão pelo que foi feito a Ele e protestar contra aqueles que negavam a presença do Senhor na hóstia sagrada.

Além das celebrações litúrgicas, nesta data costuma-se realizar uma procissão pelas vias públicas. O evento iniciou-se na diocese de Colônia, Alemanha, e se fundiu para a França e Itália. No caminho das procissões, os fiéis passaram a enfeitar as ruas e em algumas cidades tornou-se tradição confeccionar tapetes coloridos com a figura de Jesus, do pão e do cálice, utilizando-se materiais com serragem colorida, papel, isopor, flores, folhas ou vidro moído.

Na Itália, a pequena cidade de Genzano di Roma tornou-se famosa com a procissão de Infiorata, realizada desde o final do século XVIII sobre um tapete com cerca de 350 mil flores, que formam treze quadrados em dois mil metros quadrados.

Há relatos de que a tradição dos tapetes chegaram no Brasil por meio dos imigrantes açorianos, vindos para a região Sul do país a partir de 1666, sendo que a cidade como Florianopólis e Garopaba, de forte ascendência açoriana, ainda mantêm esse costume.

 Fonte: Revista Ave Maria – junho de 2-12









 SOLENIDADER DE CORPUS CHRIST

No final do século  XIII surgiu em Liéje, Bélgica, um Movimento Eucarístico cujo centro foi a  Abadia de Cornillon fundada em 1124 pelo Bispo Albero de Lieja. Este movimento deu origem a vários costumes eucarísticos, como por exemplo, a Exposição e Bênção do Santíssimo Sacramento, o uso dos sinos durante a elevação na Missa e a festa do  Corpus Christi.

Santa Juliana de Mont Cornillon, naquela época priora da Abadia, foi à enviada de Deus a propiciar esta Festa. Desde jovem, Santa Juliana teve uma grande veneração ao Santíssimo Sacramento. E sempre esperava que se tivesse uma festa especial em sua honra. Este desejo se diz ter intensificado por uma visão que teve da Igreja sob a aparência de lua cheia com uma mancha negra, que significava à ausência dessa solenidade.

Juliana comunicou estas aparições a Dom Roberto de Thorete, o então bispo de Lièje. O bispo  Roberto ficou impressionado e, como nesse tempo os bispos tinham o direito de ordenar festas para suas dioceses, invocou um sínodo em 1246 e ordenou que a celebração fosse feita no ano seguinte.

Em 1247, aconteceu a 1ª procissão eucarística pelas ruas de Liège, já como festa da diocese. Depois se tornou festa nacional na Bélgica

Dom Roberto não viveu para ver a realização de sua ordem, já que morreu em 16 de outubro de 1246, mas a festa foi celebrada pela primeira vez no ano seguinte a quinta-feira posterior à festa  da Santíssima Trindade. Mais tarde um bispo alemão conheceu os costumes e a o estendeu por toda a atual Alemanha.

A festa mundial de Corpus Christi foi decretada em 1264, seis anos após a morte de irmã Juliana em 1258, com 66 anos. Santa Juliana de Mont Cornillon foi canonizada em 1599 pelo Papa Clemente VIII.

O Santo Padre Urbano IV estendeu a festa do Corpus Christi a toda a Igreja por meio da bula "Transiturus" de 8 setembro do mesmo ano, fixando-a para a quinta-feira depois da oitava de Pentecostes  e outorgando muitas indulgências a todos que asistirem a Santa Missa e o ofício.

A morte do Papa Urbano IV (em 2 de outubro de 1264), um pouco depois da publicação do  decreto, prejudicou a difusão da festa. Mas o  Papa Clemente V tomou o assunto em suas mãos e, no concílio geral de  Viena (1311) ordenou mais uma vez a adoção desta festa.


A partir do século XIV, o Papa Clemente V, em 1313, confirmou a Bula de Urbano IV nas Constituições Clementinas do Corpus Júris, tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial. Em 1317, o Papa João XXII publicou esse Corpus Júris com o dever de levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas.

 
Finalmente, o Concílio de Trento declara que muito piedosa e religiosamente foi introduzido na Igreja de Deus o costume, que todos os anos, determinado dia festivo,  seja celebrado este excelso e venerável sacramento com singular veneração e solenidade; e reverente e honorificamente seja levado em procissão pelas ruas e lugares públicos. Nisto os cristãos expressam sua gratidão e memória por tão inefável e verdadeiramente divino benefício, pelo qual se faz novamente presente a vitória e triunfo sobre a morte e ressurreição de Nosso Senhor.

Em 1983, o novo Código de Direito Canônico – cânon 944 – mantém a obrigação de se manifestar ‘o testemunho público de veneração para com a Santíssima Eucaristia’ e ‘onde for possível, haja procissão pelas vias públicas’, mas os bispos escolham a melhor maneira de fazer isso, garantindo a participação do povo e a dignidade da manifestação.

Noia: Santa Juliana de Mont Cornillon A santa nasceu em Retines perto de Liège, Bélgica em 1193. Ficou órfã muito pequena e foi educada pelas freiras Agostinas em Mont Cornillon. Quando cresceu, fez sua profissão religiosa e mais tarde foi superiora de sua comunidade. Morreu em 5 de abril de 1258, na casa das monjas Cistercienses em Fosses e foi enterrada em Villiers.

Fonte: pesquisa na Internet

segunda-feira, 28 de maio de 2012



À espera de Pentecostes: Dons de conhecimento

Seguindo nossa série sobre Carismas, em preparação à Festa de Pentecostes vejamos a pregação da segunda manhã do ENF 2012, publicada na edição nº 73 da Revista Renovação.

À espera de Pentecostes: Dons de conhecimento

Eles nos ajudam a decidir melhor, evitar o erro, diagnosticar a raiz de certas situações e a tomar atitudes segundo a vontade de Deus. A sabedoria, o discernimento dos espíritos e a palavra de ciência são dons que fazem parte do cotidiano da vida carismática e, quando bem usados, são instrumentos poderosos para a edificação pessoal e comunitária. Diante de tamanha importância, nada mais conveniente que retormarmos um pouco tais dons para que o nosso pastoreio seja frutuoso.

Carisma da Palavra de Sabedoria

É um dom no qual o Espírito Santo nos revela qual deve ser o nosso comportamento, dando-nos clareza e direção para a vida, tendo sempre em vista a vontade de Deus. A sabedoria é de extrema importância em determinadas circunstâncias embaraçosas da vida, em momentos de aconselhamento e em situações concretas do nosso dia a dia como no matrimonio, na educação dos filhos, no trabalho, no relacionamento com os irmãos e na vida cristã.

Para entender melhor, podemos distinguir a sabedoria humana do dom carismático da sabedoria. A sabedoria humana é adquirida pelo conhecimento humano e pelas ciências. Todos podem ter acesso a ela, pois depende de esforço pessoal. Já o dom carismático da palavra de sabedoria é aquele que nos orienta em fatos concretos como um socorro de Deus e não depende de méritos pessoais, nem é fruto de dedução lógica ou raciocínio.


A palavra de Sabedoria tem uma intima ligação com o Dom de Ciência. O dom de ciência revela uma situação, um problema (dá o diagnóstico) O dom de Sabedoria nos ensina o como agir (indica o remédio).


Dom do discernimento dos espíritos

É um dom que permite identificar instantaneamente em nós, nas outras pessoas e na comunidade se o espírito que está impulsionando ou está influenciando uma atitude, desejo ou decisão é de Deus, de natureza humana ou maligna. É extremamente precioso para servos em geral, mas principalmente para quem exerce função de coordenação, pregação e animação de Grupo de Oração. Isso porque é comum a participação na assembleia de pessoas que, às vezes, na tentativa de ajudar acabam semeando a confusão.

Esse dom também nos ajuda a nos conhecermos melhor. Facilmente, pelo nosso pecado, prevalece na nossa forma de agir o espírito humano que deseja ser reconhecido, ter uma boa imagem, ter poder, agradar aos homens mais do que a Deus. Nesse sentido, vemos também que algumas vezes se dá grande ênfase para o mau, justificando muitas coisas como sendo fruto de contaminação espiritual. Entretanto, outros tipos de questionamentos também são fundamentais para o discernimento sobre determinada situação. Por exemplo: o que me leva a achar que não preciso mais preparar minhas pregações? O que me leva a dizer que sei tudo a ponto de não precisar mais de formação? Com o discernimento dos espíritos, podemos ver com clareza qual a motivação dos nossos atos.
Outro fator importante é que podemos considerar o Dom de Discernimento dos espíritos como o protetor dos outros Dons na medida em que nos orienta o quando e como orar em línguas, utilizar a palavra de profecia, o dom de cura entre outras coisas.

Dom de ciência

É o dom pelo qual temos uma revelação particular e momentânea de algo que só Deus conhece como fatos, acontecimentos do passado, lembranças dolorosas, problemas entre outros. O Dom de Ciência geralmente se manifesta após o ciclo carismático. A palavra, imagem, sentimento ou cena vem à mente sem que a pessoa tenha preparado, ou pensado.

O dom de ciência pode vir acompanhado pelo dom da palavra de sabedoria. O primeiro revela a situação e o segundo indica o como agir. Ele pode ser usado na oração pessoal, revelando fatos sobre a própria pessoa e ajudando na santificação.

O dom manifesta-se também quando oramos pelos outros, com imposição de mãos ou por uma assembleia, como no Grupo de Oração. Nessas situações, quando estamos rezando por alguém que tem um problema cujas causas são desconhecidas, é recomendável que os seguintes passos sejam seguidos:
1. Dialogue com a pessoa a fim de reunir o maior número possível de informações.

2. Veja em qual nível a enfermidade se encontra: No campo somático ( origem biológica), emocional ou espiritual.

3. Peça ao Senhor o Dom de Ciência.

4. Reze pela pessoa (oração em línguas, silêncio, partilha da escuta, oração pela cura.

5. Por fim, faça um louvor ao Senhor e conclua com alguma oração espontânea.
Por José Carlos Dias Carreiro
Coordenador estadual do Ministério de Pregação/MG
Grupo de Oração Obra Nova


À espera de Pentecostes: Dons da Palavra


Enquanto esperamos a grande festa de Pentecostes, tão significativa para nós, carismáticos, o portal RCCBRASIL recordará as pregações das manhãs do ENF 2012.

Dons da Palavra

O nosso chamado de apascentar as ovelhas se dá a partir daquilo que nós somos, da nossa identidade enquanto Movimento. Dentro desse contexto, nós sabemos que o tripé da identidade da RCC é o batismo no Espírito Santo, a vivência dos carismas e a vida em comunidade. Dessa forma, para bem pastorear, precisamos conhecer e aprofundar o uso dos carismas porque os dons do Espírito Santo multiplicam as possibilidades humanas de evangelização.

Nesse sentido, observamos que até no meio da RCC encontramos pessoas com dificuldades para se abrirem aos carismas. Em relação a isso, é importante lembrarmos que eles são dons gratuitos e, por isso, por serem unicamente graça de Deus, precisam ser sempre acolhidos. Um trecho da Constituição Dogmática Lumen Gentium ajuda a esclarecer essa questão. “Além disso, este mesmo Espírito Santo não só santifica e conduz o Povo de Deus por meio dos sacramentos e ministérios e o adorna com virtudes, mas distribuindo a cada um os seus dons como lhe apraz, distribui também graças especiais entre os fiéis de todas as classes, as quais os tornam aptos e dispostos a tomar diversas obras e encargos, proveitosos para a renovação e cada vez mais ampla edificação da Igreja, segundo aquelas palavras; a cada qual se concede a manifestação do Espírito em ordem ao bem comum. Estes carismas quer sejam os mais elevados, quer também os mais simples e comuns, devem ser recebidos com ação de graças e consolação, por serem muito acomodados e úteis às necessidades da Igreja”.( LG 12)

A Palavra de Deus também nos ajuda a entender melhor a importância dos carismas. Os capítulos 12, 13 e 14 da primeira carta de São Paulo aos Coríntios podem ser entendidos como o manual da vida carismática. É interessante atentarmos para o contexto social em que viviam os destinatários dessa epístola. Corinto era uma cidade portuária, muito populosa e marcada pela luxúria. Nesse lugar de grandes dificuldades de evangelização, Paulo escolhe o tema carismas para falar ao povo, pois esses são dons úteis para a vida da Igreja e confirmam a pregação. Hoje em dia, ao observarmos o contexto social em que estamos inseridos, também percebemos a nossa necessidade de que o Espírito Santo distribua os carismas para que a nossa evangelização seja acompanhada de sinais. E os carismas ou dons da Palavra são importantes instrumentos para uma evangelização de poder. Vejamos um pouco mais sobre cada um deles.
  
Dom das línguas
  
Dizem que a oração em línguas é o menor dos dons. Mas quando a experimentamos, creio que não seja mais possível dizer isso. É o próprio Espírito orando em nós e por nós, você acha isso pouco? A oração em línguas é um dom que serve para a edificação da própria pessoa e no qual não há conceitos humanos. Entretanto, é possível darmos uma intenção para a nossa oração, fala ou canto em línguas e assim o dom ajuda a nos comunicarmos melhor com o Senhor.

Dom de Profecia

A profecia dá a conhecer a vontade de Deus sobre determinada situação. Através da profecia, Deus nos exorta, corrige e anima e a mensagem sempre deve ser confirmada pela assembleia. É relevante lembrar também que a verdadeira profecia sempre orienta para Cristo e que não contraria e nem acrescenta nada ao que nos revelam as Escrituras e o Magistério da Igreja.

Outro elemento fundamental para o exercício desse carisma é sabermos silenciar interiormente para poder escutar a Deus. Precisamos cultivar momentos de silêncio interior para aprendermos qual é a forma que Deus escolhe para se comunicar com nós. Pois Deus respeita o nosso jeito de ser e fala de uma forma especial com cada um. Da mesma maneira, precisamos cultivar momentos de silêncio e escuta profética durante a vivência do ciclo carismático em nossos Grupos de Oração.

Dom de Interpretação das línguas

Esse carisma não se trata da uma capacidade de tradução, mas da faculdade de perceber o sentido da oração ou da profecia pronunciada em línguas. Com isso, podemos perceber o que o Senhor quer dizer em uma determinada circunstância. Quando alguém fala em línguas na assembleia, o silêncio que se segue prepara o clima para a intervenção do carisma profético da interpretação que exorta, edifica e consola.

Que o nosso coração esteja sempre aberto para receber os carismas e que esses fecundem a nossa missão, como rezou o Papa Paulo VI, em 10 de outubro de 1974: “que Deus conceda, que o Senhor deixe novamente cair uma chuva de carismas para fazer a Igreja fértil, bela, admirável, capaz de comover, de atrair a atenção maravilhada até do mundo profano com sua tendência ao secularismo.”
 
Por Lázaro Praxedes
Coordenador Nacional do Ministério de Pregação
Grupo de Oração Fonte de Água Viva

À espera de Pentecostes: Dons de Poder ou carismas das obras

É inegável, estamos vivendo um tempo especial de graça em nosso Movimento, tempo em que Deus tem derramado uma unção especial sobre nós e nos impulsiona a dar a vida pelo anúncio profético da sua Palavra. Esse também é um tempo oportuno para vivermos o exercício dos carismas em nossa vida de oração pessoal, na vida familiar -e nos nossos Grupos de Oração. A vivência dos carismas faz parte da nossa identidade, do nosso rosto e nós precisamos fazer uso desses presentes que Deus nos deu. Os carismas das obras são, de fato, sinais da ação poderosa de Deus nas nossas vidas e nunca é demais saber sobre eles.


Para compreender bem o dom da fé podemos fazer três divisões: fé teologal, fé virtude e fé carismática. A fé teologal é aquela em que a pessoa acredita que Deus existe e nas verdades da Igreja. Já fé virtude faz o homem confiar plenamente na realização das promessas de Deus e a viver os ensinamentos de Deus por amor e não como obrigação. Por fim, a fé carismática é aquela fé expectante, que opera maravilhas pelo poder do nome de Jesus, que até mesmo é capaz de fazer obras maiores do que o próprio Senhor fez (Jo 14,12).

Exercitar a fé carismática é acreditar antecipadamente na graça de Deus agindo. É aquela certeza que Deus pode intervir, ainda que eu não veja imediatamente o fruto da oração. Ao me preparar para falar sobre esse tema no ENF 2012, entendi um pouco mais sobre a fé através da figura de um telefone celular. Quando esse aparelho não está exercendo sua função que é de telefonar, mandar mensagem de texto ou realizar outras operações, ele está em stand by e não serve para nada. Dessa mesma forma podemos olhar para os Grupos de Oração. Muitos deles estão estagnados e não estão exercendo sua função. Precisamos “tirar a nossa fé do stand by” para que nossos Grupos sejam aquilo que Deus os criou para ser.

Cura

O dom da cura foi-nos conferido pelo próprio Jesus quando nos envia com o mandato missionário (Mc.16,15-18). A cura se faz necessária desde que o homem rompeu com Deus, pelo pecado das origens, o plano que Ele tinha para nós. Precisamos de cura física, espiritual e emocional, cura das doenças, cura dos traumas e libertação do mal. Todos nós temos traumas e todos nós precisamos ser curados. Há muita necessidade de cura em nossos Grupos de Oração. Estamos amarrados e não conseguimos caminhar direito por conta desses traumas. Por isso, o primeiro passo é promover a cura dos servos, cuidando das ovelhas do Senhor.

Diferente do que alguns pensam exercer o dom da cura é para todos nós, pois a graça é garantida pelo poder do nome de Jesus e não depende de habilidades pessoais. Entretanto, é de extrema importância que usemos o dom com responsabilidade, equilíbrio e organização. Isso significa adquirir conhecimento, estudar sobre o tema para depois estar preparado adequadamente.

Milagres

Os milagres são a intervenção extraordinária de Deus na vida humana. Eles atestam que Deus está realmente presente no meio do seu povo e são consequência do exercício da fé carismática. Diferentemente da cura, que pode acontecer também com o auxílio da medicina,os milagres ocorrem quando não há mais possibilidades de um quadro ser revertido pela ciência. Podemos vivenciar milagres no hoje da nossa vida e o lugar privilegiado para isso é o nosso Grupo de Oração.  

Encontros grandes, eventos nacionais e internacionais são ótimos, mas onde os milagres precisam acontecer é dentro de nossos Grupos.

O tempo que Deus escolheu para nós é este. Se Ele nos chamou a vivê-lo é porque quer nos dar todos os seus dons. Clamemos e veremos a glória de Deus. Apascentemos as ovelhas do Senhor com prodígios, milagres e sinais!

Por Frantieska Rangel
Coordenadora Estadual do Ministério de Pregação – ES
Grupo de Oração Emmauel


Os Sete Dons do Espírito Santo

 Jesus, o filho Unigênito do Pai, é o Cristo, o Ungido! Veio a nós, diz o Evangelho de São João, porque “Deus amou o mundo de tal maneira que lhe deu seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crer, não pereça, mas tenha a vida eterna, pois Deus não enviou seu filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele”. Ele se encarnou, no seio da virgem Maria, por obra do Espírito Santo; sua vida pública iniciou-se quando o Espírito se manifestou “em forma de pomba” sobre a sua cabeça. Conduzido pelo Espírito Santo, Jesus foi ao deserto, e cheio da força do Espírito Santo Jesus foi a Nazaré e levantou-se para ler as seguintes palavras:

“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor”.
Por meio de sua imolação na cruz, Jesus resgatou para Deus, ao preço de seu sangue, homens de toda tribo, língua, povo e raça, e deles fez para nosso Deus um reino de sacerdotes, que reinarão sobre a terra (Cf. Apo 3, 9-10). Esta graça, por sua vez, é-nos comunicada por meio do Sacramento do Batismo (Baptizein, no grego, significando imersão, submersão) “ou ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte?”, pergunta o Apóstolo Paulo aos Romanos. O Apóstolo prossegue: “Fomos, pois, sepultados com ele na sua morte pelo batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova. Se fomos feitos um mesmo ser com ele por uma morte comum ressurreição” (Cf. Rm 6, 4-5).
O Sacramento do Batismo é a fonte da graça santificante, a “in-habitação” do Espírito Santo, tornando-nos Seu Templo! É o Espírito do Filho Unigênito que nos faz clamar “Abbá, Pai”.
Atentemos, contudo, para o versículo quinto do capítulo sexto da carta aos Romanos: “Somos feitos o mesmo ser com ele”! O Espírito de Filiação (posto que pertence ao filho unigênito), é dado a nós, e o seu efeito é como que um “enxerto na Videira Verdadeira”. Somos “assimilados”, integrados ao próprio Cristo, formando um só Corpo com Ele. Tudo o que Ele é e tudo o que Ele conquistou passa a ser nossa Herança, graças ao Seu Espírito que nos anima!
O Apóstolo João diz, no Capítulo quinto, versículo sexto do Apocalipse: “Eu vi no meio do trono, dos quatro Animais e no meio dos Anciãos um Cordeiro de Pé, como que imolado. Tinha ele sete chifres e sete olhos que são os sete Espíritos de Deus, enviados por toda a Terra”. Este Espírito, que habita no Cordeiro, possui sete graças, sete dons que nos configuram a Jesus Cristo (principal missão do Espírito).

“Um renovo sairá do tronco de Jessé, e um rebento brotará de suas raízes. Sobre ele repousará o Espírito do Senhor”, diz o Profeta Isaías, e prossegue narrando os “Sete Espíritos de Deus”: “... Espírito de Sabedoria e de Entendimento, Espírito de Prudência e de Coragem, Espírito de Ciência e de Temor ao Senhor. (Sua alegria se encontrará no temor ao Senhor)”. À lista desta versão da bíblia com os seis dons, a versão da Vulgata e a tradução grega dos 70 (Septuaginta) acrescem a piedade, eliminando a dupla menção do temor de Deus e obtendo assim o número de sete.
Quando recebemos o Sacramento do Batismo, portanto, somos agraciados pelos dons desta “in-habitação”, chamados, por isso, de Dons de Santificação. Recebemos o Espírito de Cristo que atua em nós num processo de configuração com a Pessoa do Filho Unigênito, através da ação dos Seus sete dons.
Entre os dons do Espírito Santo, o dom da Ciência ocupa o primeiro lugar, pela sua importância na vida espiritual. O dom da Ciência faz com que se substitua a mentalidade mundana, isto é, meramente humana, pela maneira de ver de Deus. A alma passa então a julgar todas as coisas à luz da fé, e compreende com toda a nitidez o fim sobrenatural do homem e a necessidade de subordinar-lhe todas as realidades terrenas.
O dom do Conselho tem por finalidade aperfeiçoar a virtude da prudência, fazendo com que a alma possa discernir de imediato o que deve fazer ou deixar de fazer, tanto no que diz respeito à sua própria conduta como à do próximo. Trata-se como que de um conjunto de raciocínios iluminados pela graça de Deus que nos mostra de maneira nítida e precisa o que convém fazer ou evitar de fazer em determinadas circunstâncias. Esse “golpe de vista” tão preciso, é resultado do estudo e da reflexão, mas é também como que um “instinto sobrenatural” que provém do dom do Conselho.
O dom do Entendimento é uma disposição sobrenatural da alma que lhe permite captar e compreender de maneira extremamente clara e como que por intuição determinados mistérios de nossa fé ou até mesmo passagens das Sagradas Escrituras. Sob o influxo desse dom a alma penetra de maneira extremamente clara nos mistérios revelados, capta o alcance das verdades mais profundas da fé, deixa-se conduzir por caminhos de uma oração sempre mais vivenciada.
O dom da Sabedoria pode ser definido como uma disposição sobrenatural da inteligência que leva a dar valor àquilo que diz respeito às coisas de Deus e à glória de seu nome. " A sabedoria vale mais que as pérolas e jóia alguma a pode igualar " (Prov 8, 11). O dom da sabedoria não se aprende nos livros, mas é comunicado à alma pelo próprio Deus, que ilumina e enche de amor a mente, o coração, a inteligência e a vontade.
O dom da Piedade consiste numa disposição sobrenatural da alma que a inclina, sob a ação do Espírito Santo, a comportar-se nas suas relações com Deus como uma criança muito carinhosa se comporta com seu pai, por quem se sabe imensamente amada e querida.
O dom da Fortaleza é a capacidade que o Espírito Santo nos dá de viver e suportar as provações e de uni-las às provações de Cristo. A alma totalmente entregue ao Espírito Santo encontra, no dom da Fortaleza, uma disposição sobrenatural que a torna capaz de empreender as ações mais difíceis e de suportar as provas mais duras por amor a Deus e pela glória de seu nome.
O dom do Temor de Deus é uma disposição sobrenatural da alma que a faz experimentar um imenso respeito por Deus e uma complacência sem limites na sua bondade de Pai. Não se trata de temor servil, nem de temor de desagradar, mas de temor reverencial: Deus é tão grande, tão todo-poderoso, que queremos servi-lo e amá-lo de todo coração porque Ele é nosso Tudo.
"Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim " (Gal 2,20)
Fonte: Marcos Volcan - Informativo ICCRS

sábado, 26 de maio de 2012


Padre Françoá Costa

Pentecostes

Espírito Santo: Senhor e doador de vida!



O Espírito Santo foi chamado alguma vez de “O Grande Desconhecido” (São Josemaria Escrivá, Caminho, 57). Isso me faz lembrar aquela passagem dos Atos dos Apóstolos na qual Paulo ao chegar a Éfeso, ao conversar com alguns discípulos lhes pergunta: “Recebestes o Espírito Santo, quando abraçastes a fé?” Respondem eles da seguinte maneira: “Mas nem sequer ouvimos dizer que existe um Espírito Santo” (At 19,2). Dá a impressão muitas vezes que alguns cristãos nem sabem se existe um Espírito Santo. Quem é o Espírito Santo? é a terceira Pessoa da Santíssima Trindade, é “o Senhor e Doador de Vida, que procede do Pai e do Filho, que com o Pai e o Filho recebe uma mesma adoração e glória e que falou pelos profetas”. O Espírito Santo é Deus, como o Pai é Deus e como o Filho é Deus. Ele é o Paráclito, o Consolador, enviado por Cristo para comunicar-nos a vida divina. É ele quem nos introduz no Mistério de Cristo, é ele quem nos dá a graça, as virtudes da fé e da esperança e da caridade, os dons e os frutos. Quem é o Espírito Santo? É aquele que mora em você, o doce hóspede da sua alma, foi ele quem o fez templo de Deus, filho de Deus, membro da Igreja, quem lhe deu a salvação, a justificação e a vida eterna. “Desde o nascimento da Igreja, é ele quem dá a todos os povos, o conhecimento do verdadeiro Deus; e une, numa só fé, a diversidade da raças e línguas” (prefácio de Pentecostes).


Não podemos ignorar o Espírito Santo e seu poder. Quando o Espírito Santo vem habitar em nós vem com o Pai e com o Filho.

Santa Teresa conta que, ao considerar certa vez a presença das Três divinas Pessoas na sua alma, “estava espantada de ver tanta majestade em coisa tão baixa como é a minha alma”, e então o Senhor disse-lhe: “Não é baixa, minha filha, pois está feita à minha imagem” (Santa Teresa, Contas de consciência, 41, 2). Nós fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. Quis Deus que essa semelhança fosse semelhança mesmo e nos fez participar de sua natureza divina. É pelo Espírito Santo que nós participamos da natureza divina. “Como não dar graças a Deus pelos prodígios que o Espírito não cessou de realizar nestes dois milênios de vida cristã? O evento de graça do Pentecostes tem, com efeito, continuado a produzir os seus maravilhosos frutos, suscitando em toda a parte ardor apostólico, desejo de contemplação, empenho em amar e servir com total dedicação a Deus e aos irmãos. Ainda hoje o Espírito alimenta na Igreja gestos pequenos e grandes de perdão e de profecia, dá vida a carismas e dons sempre novos, que atestam a Sua ação incessante no coração dos homens” (João Paulo II, Homilia do Domingo de Pentecostes de 1998).

Pentecostes já era uma festa celebrada pelos judeus cinquenta dias depois da Páscoa. No começo era uma festa na qual se dava graças a Deus pela colheita da cevada e do trigo, era uma festa agrícola. Já no século I, porém, tornou-se a festa que celebrava a aliança (o dom da lei e a constituição do Povo de Deus). Cinquenta dias depois da Páscoa, os discípulos de Cristo recebem o Espírito Santo, a lei na nova aliança no sangue de Jesus. Também o Espírito Santo constitui a nova comunidade do Povo de Deus, a Igreja.

Nela, todos devem estar unidos em Cristo e na força do Espírito Santo. As línguas de Pentecostes significam essa unidade do Povo de Deus. Pentecostes é, então, o reverso de Babel (cf. Gn 11,1-9); em Babel, a dispersão, aqui, a unidade. O Espírito Santo, que é o amor do Pai e do Filho, é também amor entre nós. Lembremo-nos que é sempre o amor que une os corações. O amor, por ser conhecido propriamente somente pelos que se amam, é sempre muito discreto. Daí a discrição do Espírito Santo: sua missão é levar a Palavra de Jesus, ajudar a Igreja para que anuncie destemidamente a Palavra da salvação, Jesus Cristo. Isso condiz com o Espírito Santo que é amor, já que o autêntico amor sempre pensa mais no outro que em si mesmo.

A Igreja precisa estar unida. Hoje terminamos a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos; findamos a semana, não a oração pela unidade dos cristãos. Todos nós, discípulos de Cristo, precisamos – é importante para nós e para a evangelização – viver bem unidos: uma só fé, os mesmos sacramentos, um só governo: o do Papa e o dos Bispos em comunhão com ele. A divisão é vergonhosa para nós. “Celebrai, pois, este dia como membros do único corpo de Cristo. E não o celebrareis em vão, se realmente sois aquilo que celebrais, isto é, se estais perfeitamente incorporados naquela Igreja que o Senhor enche do Espírito Santo e faz crescer progressivamente através do mundo inteiro. (…) Esta é a casa de Deus, edificada com pedras vivas. Nela o Eterno Pai gosta de morar; nela seus olhos jamais devem ser ofendidos pelo triste espetáculo da divisão entre seus filhos” (Dos Sermões de um Autor africano anônimo do séc.VI).

As línguas de fogo no dia de Pentecostes simbolizam a unidade da Igreja, ela falaria todas as línguas com a sua expansão; no entanto, essa que falaria todas as línguas encontra-se toda ali, unida. Essas línguas são de fogo. “O fogo simboliza a energia transformadora do Espírito Santo” (Cat. 696). Também ao Espírito Santo poderia aplicar-se o simbolismo da água, que significa “o nascimento e a fecundidade da vida dada no Espírito Santo” (Id.). Nós experimentamos a água e o fogo, ao mesmo tempo. Nascemos da água e do Espírito no nosso Batismo (cf. Jo 3,5), a partir daí o Espírito Santo começa uma ações muito especiais em nós que vai transformando-nos mais e mais. São Basílio fala-nos da importância de estar com o Espírito Santo, ou melhor, de que o Espírito Santo esteja em nós: “Por estarmos em comunhão com Ele, o Espírito Santo torna-nos espirituais, recoloca-nos no Paraíso, reconduz-nos ao Reino dos céus e à adoção filial, dá-nos a confiança de chamarmos Deus de Pai e de participarmos na graça de Cristo, de sermos chamados filhos da luz e de termos parte na vida eterna” (Liber de Sp. Sancto, 15,36, em Cat. 736).

Antes de Pentecostes, “Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus” (At 1,14). Peçamos nós também, em união com toda a Igreja e com Maria, Mãe de Igreja: Vinde, Espírito Santo!

Pe. Françoá Costa