Sexto dom do Espírito Santo
f) O Dom da Piedade
A reflexão sobre os dons do Espírito Santo leva-nos, hoje, a falar de outro dom insigne: a Piedade. Com ele, o Espírito Santo cura o nosso coração de toda a forma de dureza e abre-o à ternura para com Deus e para com os irmãos. A ternura como atitude sinceramente filial para com Deus, exprime-se na oração. A experiência da própria pobreza existencial, do vazio que as coisas terrenas deixam na alma, suscita no homem a necessidade de recorrer a Deus, para obter graça, auxílio e perdão. O dom da Piedade orienta e alimenta tal exigência, enriquecendo-a de sentimentos de profunda confiança em Deus, sentido como Pai providente e bom. Neste sentido escrevia São Paulo: "Deus enviou o seu Filho... para que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito que chama: Abba! Pai. Portanto, já não és servo, mas filho. Com o dom da Piedade, o Espírito infunde no crente uma nova capacidade de amor para com os irmãos, tornando o seu coração de algum modo participante da mansidão mesma do Coração de Cristo. O cristão "piedoso" considera sempre os outros como filhos do mesmo Pai, chamados a fazer parte da família de Deus, que é a Igreja. Ele, por isso, sente-se impelido a tratá-los com a atenção e a amabilidade próprias de uma genuína relação fraterna. O dom da Piedade, além disso, extingue no coração aqueles centros de tensão e de divisão que são a tristeza, a cólera, a impaciência, e nele alimenta sentimentos de compreensão, de tolerância e de perdão. Peçamos ao Espírito Santo uma renovada efusão deste dom, confiando a nossa súplica à intercessão de Maria, modelo sublime de oração ardente e de doçura materna.
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