ESPIRITUALIDADE DOS DICÍPULOS DE JESUS
1- O que é um ser espiritual?
ü
A palavra Espiritual vem de Espírito, só o
Espírito da vida. No princípio Deus criou o céu e a terra estava deserta e
vazia, as trevas cobriam a face do
abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. Deus disse” Faça-se a
luz!E a luz se fez...Deus disse; fervilhem as águas um fervilhar de seres
vivos... Deus disse: que a terra produza seres vivos segundo sua espécie...
Deus disse”façamos o homem à nossa imagem, como nossa semelhança...A imagem de
Deus ela o criou homem e mulher ele criou. Deus os abençoou e lhes disse: Sede
fecundos multiplicai-vos... ”(Gn1,-30);
ü
Deus modelou o homem com argila do solo, insuflou em suas narinas um hálito de vida
e o homem se tornou um ser vivente”(Gn
2,7)
ü
Profetiza a respeito desses ossos e dize-lhes: ossos, secos ouvi a palavra de Deus.
Assim fala o Senhor a estes ossos: eis que vou fazer com que sejais penetrados
pelo Espírito e vivereis. Porei meu
Espírito dentro de vós e haveis de
reviver
ü
É o
espírito Santo, vivificador,
quem produz em nós o novo nascimento
para a vida nova. É vivificador
porque prepara a vida, a dá, e a faz
crescer, como santificador;
2- Jesus teve a vida inteira
guiada pelo Espírito:
ü
Concebido
pelo poder do Espírito (Lc 1,35);
ü
Crescia em
sabedoria e em estatura e em graça diante de Deus e diante dos
homens (Lc 2,52);
ü
No seu batismo
recebeu a infusão de Espírito (Lc 3, 21-22);
ü
Foi levado ao deserto pelo Espírito (Lc 4,1);
ü
Na sinagoga
de Nazaré leva outro banho do
Espírito Santo (Lc 4, 18-19);
ü
Tudo o que Ele fazia, pregação, libertação,
curas era obra do Espírito que indicava o Reino (Lc7,22);
ü
A
ressurreição de Jesus é Obra do Pai
no poder de Espírito Santo
ü
Ao ressuscitar Ele aparece a seus apóstolos deseja a paz ao mesmo tempo sopra
sobre eles o Espírito Santo e os envia
em missão.
ü
O Espírito Santo, além de ter operado na missão
de Jesus, é o primeiro fruto de seu Sacerdócio e de seu Senhorio.
Exaltado à direita de Deus recebeu do Pai o Espírito Santo
prometido e derramou abundantemente em todos os que creram Nele e se
converteram em seus discípulos;
3- Espiritualidade é seguir Jesus
Cristo como discípulo. Condições para ser discípulo:
ü
Ter um encontro
pessoal com Ele, aceitando-o como Salvador e Senhor da sua vida;
ü
Segui-lo
em tudo, aprendendo a viver e a fazer
as coisas como Ele as fez. Buscando
cada dia e em cada circunstância a
vontade de Deus em sua vida;
ü
Carregar
a Cruz a cada dia. “O que não carrega a sua Cruz e não vem a Mim, não pode
ser meu discípulo: (Lc 14,27)”.Cristo se ofereceu a si mesmo, imaculado, ao Pai
pelo Espírito eterno” (Heb 9,14);
ü
Se alguém quer vira a Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me (Lc 923);
ü
Levar a
cruz a cada dia significa renunciar
a toda a atuação independente da vontade
do Pai, e oferecer tudo o que se
faça, em união com a Cruz de Cristo;
ü
O homem
naturalmente não pode aceitar nem viver
a Cruz; somente o Espírito Santo pode nos fazer compreender, aceitar e querer viver a
cruz, unido-a Cristo;
ü
A negação
de si mesmo para agradar em tudo ao
Pai manifesta-se em tudo o que a vida
comunitária lhe exige, e nas renúncias e sacrifícios que vêm pela entrega à vocação e à missão evangelizadora,
em tudo o que implica;
ü
Sentar aos
pés do Mestre como Maria que escolheu a melhor parte que não lhe será
tirada (Lc 10, 41);
ü
A Cruz por si só, sem a ressurreição, é um fracasso e simples destruição; a
ressurreição sem a Cruz é uma ilusão.
Façamos nossas a afirmação de Paulo ao (Cor 2,1) “não julguei saber coisa
alguma, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado”. A este Jesus Deus o
ressuscitou, e disso nós todos somos testemunhas...”(Atos 2,32);
ü
“Mas eu me orgulharei somente da cruz do nosso
Senhor Jesus Cristo. Pois. Por meio da cruz, o mundo está morto para mim, e eu
morto para o mundo”(Gl 6,14).
ü
Os discípulos de Jesus precisam perseverar:
ü
Na comunhão fraterna;
ü
No ensinamento dos apóstolos;
ü
Na oração;
ü
Na fração do pão;
ü
Carregando cada dia sua cruz, no seguimento do
Senhor;
ü
Para ser seus testemunhas e apóstolos (Atos
2,42)
4- Fontes da Espiritualidade do Mestre Jesus e dos seus discípulos:
ü A Oração –
“É preciso orar sem, sem desfalecer” (Lc18,1). “Estejam alegres orem sem cessar
em tudo dêem graças, isto é o que Deus, em Cristo Jesus, quer de você”. (Tes 5,16-17);
ü
Isto é um convite a uma oração incessante: individual e comunitária, espontânea e
litúrgica, movida pelo Espírito;
ü
Oração de
louvor, e não somente a oração litúrgica
como a liturgia das horas, mas sim espontânea
e livre;
ü
Oração de
súplica – “não se inquietem por coisa alguma: antes, em todas as ocasião,
apresentem a Deus seus pedidos, mediante a oração e a súplica, acompanhadas de
ação de graças” (Fl 4,6);
ü
Oração de
ação de Graças – agradecemos pelas coisas criadas e pela Obra da redenção.
5- Expressões fundamentais da
vida de oração:
ü
Oração
vocal-A oração vocal é um dado indispensável da vida cristã. Aos discípulos, atraídos pela oração
silenciosa do Mestre, este ensina uma oração vocal”o Pai-Nosso. Jesus
não só realizou as orações litúrgicas da sinagoga; os evangelhos o mostram (Jesus) elevando a voz para exprimir sua
oração pessoal. Somos corpo e espírito,
e sentimos a necessidade de traduzir exteriormente
nossos sentimentos. É preciso rezar
com todo o nosso ser para dar à nossa súplica todo o poder possível. Essa
necessidade corresponde a uma exigência divina. Jesus também quer a
expressão exterior que associa o
corpo à oração interior, pois recebe assim a homenagem perfeita de tudo
aquilo a que tem direito. Sendo exterior e tão plenamente humana, a oração
vocal é por excelência a oração das multidões. Mas também a oração mais interior não pode menosprezar a
oração vocal.
ü
Oração
meditativa – A meditação é, sobretudo uma procura. Meditando no que lê
(Sagradas Escrituras, o Evangelho, as imagens sagradas, os textos litúrgicos, o
rosário...) o leitor se apropria do
conteúdo lido confrontando-o consigo
mesmo. Neste particular, outro livro está aberto: o da vida. Passemos dos pensamentos a realidade.
Conduzidos pela humildade e pela fé, descobrimos os movimentos que agitam o
coração e podemos discerni-lo. Senhor,
que queres que eu faça? A meditação
coloca em ação o pensamento, a
emoção e o desejo. Essa mobilização
é necessária para se aprofundar as convições de fé, suscitar a conversão do
coração e fortificar a vontade de seguir a Cristo.
ü
Oração
mental – A oração mental é a expressão simples do mistério da oração. Na oração, podemos ainda meditar;
contudo o olhar se fixa no salvador. É um olhar de fé em Jesus, uma escuta da Palavra de Deus, um silencioso amor. A oração busca
“aquele que meu coração ama”. É Jesus e,
o Pai. A contemplação é olhar de fé
fito em Jesus. Eu olha para ele e ele olha para
mim dizia o santo Cura D’Ars em oração diante do tabernáculo. Essa atenção
a Ele é renúncia ai “eu”. Seu olhar
purifica o coração.
ü
Entrar em
oração é algo análogo ao que ocorre na liturgia Eucarística: recolher, reunir o coração, recolher
todo o nosso ser sob a moção do Espírito... A fim de que nos entregarmos ao Senhor como uma oferenda
que precisa de ser purificada e transformada.
ü
Não fazemos oração quando temos tempo: reservamos um tempo para sermos do
Senhor, com firme determinação. A oração
é um dom da graça e uma resposta
decidida da nossa parte; não pode ser acolhida senão na humildade e na
pobreza. A oração é a entrega humilde e
pobre à vontade amorosa de Pai
em união cada vez mais profunda com seu Filho.
6- Dificuldades na oração-Distração e
aridez.
ü
A distração nos revela aquilo que estamos amarrados, essa tomada de
consciência humilde diante do Senhor deve despertar nosso amor preferencial por
Ele. Oferecendo-lhe resolutamente nosso
coração para que ele o purifique. Aridez,
esta faz parte da oração em que o coração
é privado de tudo, sem gosto pelos pensamentos, lembranças
e sentimentos mesmos espirituais. Remédio
está na fé, na conversão e na vigilância do coração.
ü
Nossa falta de fé revela que não estamos ainda
na disposição do coração humilde: “sem
mim, nada podeis fazer”(Jo 15,5). A
acídia é uma forma de depressão devido ao relaxamento da acesse,
a diminuição da vigilância, a
negligência do coração. “O espírito está pronto, mas a carne é fraca”(Mt 26,41)e
que leva ao desânimo.
8- Objeções à oração – a concepção
errônea da oração.
ü Algumas
vêem nela uma simples operação
psicológica. Para muitos cristãos, rezar é uma ocupação incompatível com
tudo o que eles devem fazer: não têm tempo. A mentalidade desse mundo afirma que o verdadeiro seria apenas o
que é verificável pela razão e pela
ciência, concluindo que a oração é improdutiva, é, portanto inútil. O ativismo, a oração é apresentada como
fuga do mundo.
ü Os
que procuram a Deus pela oração desanimam depressa porque ignoram que oração
também procede do Espírito Santo e não apenas deles.
9- A confiança filial.
ü
A confiança filial se prova – na tribulação. A dificuldade principal se refere à oração de súplica, por si ou pelos
outros na intercessão. Alguns deixam até de orar porque, pensam eles, seu pedido não é ouvido. “Não possuís
porque não pedis. Pedis, mas não
recebeis, porque pedis mal, com o fim de gastardes nos vossos prazeres”(Tg
4,2-3). Se pedirmos com o coração
dividido, adulterado (Tg 4,4), Deus não nos pode ouvir, porque deseja nosso
bem, nossa vida,
ü
Nada se compara em valor à oração; ela torna
possível o que é impossível, fácil o que é difícil. É impossível que caia em
pecado o homem que reza.
10- O homem espiritual é guiado
pelo Espírito Santo, conduzido por ele como nova criatura:
ü
É o Espírito Santo que nos ensina a orar. “Assim também o Espírito de Deus vem
nos ajudar em nossa fraqueza. Pois não
sabemos como devemos orar, mas o
Espírito de Deus, com gemidos que
não podem ser explicados por palavras, pede
a Deus em nosso favor. E Deus, que vê o que está dentro do coração, sabe
qual é o pensamento de Espírito. Porque o Espírito
pede em favor de povo de Deus e pede de acordo com a vontade de Deus”(Rom
8,26-27). Eu vos declaro que ninguém, falado sob a ação do Espírito de Deus,
diz: Anátema seja Jesus! E ninguém pode
dizer: Jesus é Senhor, a não ser no Espírito Santo (Cor12,1.3-7.11)
ü
“Não se embriaguem, pois a bebida levará vocês à
desgraça; mas encham-se do Espírito Santo de Deus. Sejam repletos sucessivas vezes com o Espírito Santo. Animem uns aos outros com salmos, hinos e cânticos
espirituais. Cantem, de todo o coração, hinos e salmos ao Senhor. Em nome de
nosso Senhor Jesus Cristo, agradeçam sempre todas as coisas a Deus, o Pai” (Ef
5,17-20).
ü
“Quero dizer a vocês o seguinte: deixem que o espírito de Deus dirija a vida
de vocês e não obedeçam aos desejos
da natureza humana. Porque o que a nossa natureza humana quer é contra o que
Espírito quer, e o que Espírito quer, e contra o que o a natureza humana quer” (Gl
5,16-17)
ü
“O Espírito de Deus produz o amor, a alegria, a paz, a paciência, a delicadeza, a
bondade, a fidelidade, a humildade, e o domínio próprio (Gl 5,22) “Que o Espírito de Deus, que nos deu a vida,
controle também a nossa vida” ( 5,25)
ü
“Somos Templos de Deus e o Espírito Santo habita em nós (Cor 3,16;Rm 8-9-10), o Espírito permanece em nós e em nós tem sua
morada (João 2,20-27)
ü
“Temos encontrado a Jesus, e o Espírito Santo
nos tem inserido e dado vida nEle; mas é necessário permanecermos em Jesus constantemente, para chegarmos a transformação nEle”(Ef 5)
11- Oração de Jesus:
ü
Tendo-as despedido, (a multidão) subiu ao monte,
a fim de Orar a sós Mt 14,23;
ü
Naquele momento, foram-lhes trazendo crianças para que lhes impusesse as mãos e fizesse uma oração”(Mt 19,13);
ü
Mo Getsêmani, “Sentai-vos ai enquanto vou até ali para orar. Minha alma está
triste até a morte. Pernaneça aqui e
vigiai comigo. E, indo um pouco adiante prostrou-se com o rosto em terra.
Meu Pai, se é possível, que passe de mim este cálice; com tudo não seja como eu
quero, mas como tu queres...”(Mt 26,36-44);
ü
De madrugada, estando ainda escuro, ele se
levantou e retiriu-se para um lugar
deserto e ali orava...(Mc 1-35-39);
ü
“Ora, tendo todo o povo recebido o batismo, e no
momento em que Jesus, batizado, achava-se também em oração, o
céu se abriu eo Espírito Santo desceu sobre Ele em foram corporal de pomba. E
do céu veio uma voz: Tu és meu Filho; eu, hoje, te gerei!”(Lc 3,21);
ü
“Depois que havia chamado seus primeiros discípulos e curado um leproso Ele, se
retirou em lugares desertos e orava”
(Lc 5,16);
ü
“Naqueles dias, ele foi à montanha para orar e passou a noite inteira em oração a Deus”.Depois que amanheceu, chamou
os discípulos e dentre eles
escolheu doze os quais deu o nome de apóstolos”(Lc 6,12-13);
ü
“Certo dia, ele
orava particular, cercado dos
discípulos, aos quais perguntou: Quem sou eu no dizer das multidões...”(Lc
9,18);
ü
Mais ou menos oito dias depois dessas palavras,
tomando consigo a Pedro, João e “Tiago, ele subiu à montanha para orar. Enquanto orava, o aspecto de seu rosto
se alterou, suas vestes tornaram-se de fulgurante brancura...”(Lc9,28-30);
ü
“Estando num certo lugar, orando, ao terminar,
um de seus discípulos pedei-lhe: Senhor
ensina-nos a orar, como João ensinou a seus discípulos”(Lc11,1);
ü
Jesus ora pela unidade (Jo 17,i-26).
12- Ensinamento de Jesus sobre a oração:
ü
Quando orardes,
não sejais como os hipócritas, porque eles gostam de fazer oração pondo-se
em pé nas sinagogas e nas esquinas, a fim de serem vistos pelos homens...(Mt
5,513);
ü
Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto; pois todo o que pede
recebe; o que busca acha e ao que bate se lhe abrirá...(Mt 7,7-11);
ü
Vigiai e
orai, para que não entreis em tentação, pois o espírito está pronto, mas a
carne é fraca”(Mt 36,41);
ü
Por isso vos digo: tudo quando suplicardes e
pedirdes credes que recebestes, e assim será para vós. E quando tiverdes
orando, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe, para que também
o vosso Pai que está no céus vos perdoe
a vossas ofensas(Mc 11,24-25);
ü
“Juiz iníquo e a viúva importuna. Nessa parábola Jesus mostra a necessidade de
orar sem a desfalecer” (Lc 18,1-14);
ü
“E o que pedirdes em meu nome, eu o farei. A fim
de que meu Pai seja glorificado no filho. Se
me pedirdes algo em meu nome, eu o farei” (Jo 14,13-14);
ü
“Se permanecerdes em mim e minhas palavras
permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vós o recebereis”(Jo 15,7);
ü
“Mas, Nesse dia, nada me pergunteis. Em verdade,
em verdade, vos digo: o que pedirdes ao Pai, ele vos dará em meu
nome. Até agora, nada pedistes em meu nome; pede e recebereis, para que a
vossa alegria seja completa”(Jo 16,23-24);
13- Oração dos cristãos:
ü
O grupo dos apóstolos – “todos estes, unânimes, perseveravam na oração com algumas mulheres,
entre as quais Maria, a mãe de Jesus, e com os irmãos dele” Atos1,14;
ü
Cura do
aleijado – “Pedro e João estavam subindo ao Templo para a oração da hora nona...” (Atos 3,1);
ü
“Quanto a nós, permaneceremos assíduos à oração e ao ministério da
Palavra” Atos 6,4);
ü
“Mas, enquanto Pedro estava sendo mantido na
prisão, fazia-se incessante oração a
Deus por parte da Igreja, em favor dele”(Atos 12,5);
ü
“Pela meia noite, Paulo e Silas, em oração, cantavam os louvores de Deus, enquanto os
outros presos os ouviam...”(Atos 18,25);
ü
“Com orações e súplica de toda a sorte, orai em todo o tempo, no Espírito, e para isso vigiai com toda perseverança e suplica por todos os santos.
Orai também por mim, para que,
quando eu abrir os meus lábios, me seja dada a palavra para anunciar com ousadia o mistério do Evangelho, do qual sou o
embaixador em cadeias: que eu fale ousadamente, como importa o que eu fale”(Ef 6,18-20);
ü
“Eu
recomendo, pois, antes de tudo, que se façam pedidos, orações, súplicas e ações
de graças, por todos os homens, pelos reis, e todos os que detêm a autoridade, a fim de que levemos uma
vida calma e serena, com toda piedade e dignidade”(1Tm 1,2).
14- Culto à
Eucaristia fora da missa:
O Culto
prestado à Eucaristia fora da missa é de um valor inestimável na vida da
Igreja. A presença de Cristo nas hóstias consagradas que se conservam após a
missa, presença essa que perdura enquanto subsistirem as espécies do pão e do
vinho resulta da celebração da Eucaristia e destina-se à comunhão, sacramenta e
espiritual.
Compete
aos pastores, até mesmo pelo testemunho pessoal, estimular o culto eucarístico,
de modo particular as exposições do Santíssimo Sacramento e também as visitas
de adoração a Cristo presente sob as espécies eucarísticas.
Os
fiéis “durante o dia não deixem de fazer visita ao Santíssimo Sacramento, como
prova de gratidão, sinal de amor e dívida de agradecimento a Cristo Senhor aí
presente”. A não ser que obste motivo grave, a Igreja em que se conserve a
Santíssima Eucaristia esteja aberta todos os dias aos fiéis, ao menos durante
algumas horas, a fim de que eles possam dedicar-se à adoração diante do
Santíssimo Sacramento. O ordinário encoraje muito vivamente a adoração
eucarística, tanto breve como prolongada ou quase contínua, com participação do
povo.
Também
não se exclua a recitação do rosário, admirável “em sua simplicidade e
grandeza”, diante do Santíssimo Sacramento conservado e exposto. Sobretudo
quando se faz a exposição, mostre-se o caráter dessa oração como contemplação
dos mistérios da vida de Cristo Redentor e do plano de salvação do Pai
onipotente, usando principalmente leituras tiradas da Sagrada Escrituras.
Atualmente
o cristianismo se deve caracterizar, sobretudo pela “arte da oração”, como não
sentir de novo a necessidade de permanecer longamente, em diálogo espiritual,
adoração silenciosa, atitude de amor, diante de Cristo presente no Santíssimo
Sacramento? Quantas vezes, meus irmãos e irmã fiz esta experiência, recebendo
dela força, consolação, apoio!
Desta
prática, muitas vezes louvada e recomendada pelo magistério, deram-nos o
exemplo numerosos santos. De modo particular, distinguiu-se nisto santo Afonso
Maria de Ligório, que escrevia: “A devoção de adorar Jesus sacramentado é,
depois dos sacramentos, a primeira de todas as devoções, a mais agradável a
Deus e a mais útil para nós”. A Eucaristia é um tesouro inesgotável: não só a
sua celebração, mas também seu permanecer diante dela fora da missa permite-nos
beber na própria fonte de graça. “Um
pequeno tempo de verdadeira adoração tem mais valor e trato espiritual do que a
mais intensiva atividade”
“Os
cidadãos deste povo devem caminhar pela terra, mas como cidadãos de céu, com
sue coração enraizado em Deus, mediante a oração e a contemplação”. Atitude que
não significa fuga do que é terreno, mas sim condição para uma entrega fecunda
aos homens. Por que quem não tiver aprendido a adoar a vontade do Pai no
silêncio da oração, dificilmente conseguirá fazê-lo quando sua condição de
irmão lhe exige renúncia, dor, humilhação. Puebla 251.
Há,
pois que procurar que “todas as atividades na Igreja (reuniões, obras sociais
etc) seja ocasião e escola de oração”.Puebla 953.
Nada
sem orar e tudo como fruto da oração! Deveria ser o mandato do verdadeiro
crente, que caminha realmente no Espírito e quer crescer no Senhor.
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