sexta-feira, 11 de maio de 2012

ESPIRITUALIDADE DOS DICÍPULOS DE JESUS


 1- O que é um ser espiritual?
ü  A palavra Espiritual vem de Espírito, só o Espírito da vida. No princípio Deus criou o céu e a terra estava deserta e vazia, as trevas cobriam a face do abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. Deus disse” Faça-se a luz!E a luz se fez...Deus disse; fervilhem as águas um fervilhar de seres vivos... Deus disse: que a terra produza seres vivos segundo sua espécie... Deus disse”façamos o homem à nossa imagem, como nossa semelhança...A imagem de Deus ela o criou homem e mulher ele criou. Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos multiplicai-vos... ”(Gn1,-30);
ü  Deus modelou o homem com argila do solo, insuflou em suas narinas um hálito de vida e o homem se tornou um ser vivente”(Gn 2,7)
ü  Profetiza a respeito desses ossos e dize-lhes: ossos, secos ouvi a palavra de Deus. Assim fala o Senhor a estes ossos: eis que vou fazer com que sejais penetrados pelo Espírito e vivereis. Porei meu Espírito dentro de vós e haveis de reviver
ü  É o espírito Santo, vivificador, quem produz em nós o novo nascimento para a vida nova. É vivificador porque prepara a vida, a dá, e a faz crescer, como santificador;
2- Jesus teve a vida inteira guiada pelo Espírito:

ü  Concebido pelo poder do Espírito (Lc 1,35);
ü  Crescia em sabedoria e em estatura e em graça diante de Deus e diante dos homens (Lc 2,52);
ü  No seu batismo recebeu a infusão de Espírito (Lc 3, 21-22);
ü  Foi levado ao deserto pelo Espírito (Lc 4,1);
ü  Na sinagoga de Nazaré leva outro banho do Espírito Santo (Lc 4, 18-19);
ü  Tudo o que Ele fazia, pregação, libertação, curas era obra do Espírito que indicava o Reino (Lc7,22);
ü  A ressurreição de Jesus é Obra do Pai no poder de Espírito Santo
ü  Ao ressuscitar Ele aparece a seus apóstolos deseja a paz ao mesmo tempo sopra sobre eles o Espírito Santo e os envia em missão.
ü  O Espírito Santo, além de ter operado na missão de Jesus, é o primeiro fruto de seu Sacerdócio e de seu Senhorio. Exaltado à direita de Deus recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e derramou abundantemente em todos os que creram Nele e se converteram em seus discípulos;

3- Espiritualidade é seguir Jesus Cristo como discípulo. Condições para ser discípulo:
 
 
ü  Ter um encontro pessoal com Ele, aceitando-o como Salvador e Senhor da sua vida;
ü  Segui-lo em tudo, aprendendo a viver e a fazer as coisas como Ele as fez. Buscando cada dia e em cada circunstância a vontade de Deus em sua vida;
ü  Carregar a Cruz a cada dia. “O que não carrega a sua Cruz e não vem a Mim, não pode ser meu discípulo: (Lc 14,27)”.Cristo se ofereceu a si mesmo, imaculado, ao Pai pelo Espírito eterno” (Heb 9,14);
ü  Se alguém quer vira a Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me (Lc 923);
ü  Levar a cruz a cada dia significa renunciar a toda a atuação independente da vontade do Pai, e oferecer tudo o que se faça, em união com a Cruz de Cristo;
ü  O homem naturalmente não pode aceitar nem viver a Cruz; somente o Espírito Santo pode nos fazer compreender, aceitar e querer viver a cruz, unido-a Cristo;
ü  A negação de si mesmo para agradar em tudo ao Pai manifesta-se em tudo o que a vida comunitária lhe exige, e nas renúncias e sacrifícios que vêm pela entrega à vocação e à missão evangelizadora, em tudo o que implica;
ü  Sentar aos pés do Mestre como Maria que escolheu a melhor parte que não lhe será tirada (Lc 10, 41);
ü  A Cruz por si só, sem a ressurreição, é um fracasso e simples destruição; a ressurreição sem a Cruz é uma ilusão. Façamos nossas a afirmação de Paulo ao (Cor 2,1) “não julguei saber coisa alguma, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado”. A este Jesus Deus o ressuscitou, e disso nós todos somos testemunhas...”(Atos 2,32);
ü  “Mas eu me orgulharei somente da cruz do nosso Senhor Jesus Cristo. Pois. Por meio da cruz, o mundo está morto para mim, e eu morto para o mundo”(Gl 6,14).
ü  Os discípulos de Jesus precisam perseverar:
ü  Na comunhão fraterna;
ü  No ensinamento dos apóstolos;
ü  Na oração;
ü  Na fração do pão;
ü  Carregando cada dia sua cruz, no seguimento do Senhor;
ü  Para ser seus testemunhas e apóstolos (Atos 2,42)


4- Fontes da Espiritualidade do Mestre Jesus e dos seus discípulos:

ü A Oração – “É preciso orar sem, sem desfalecer” (Lc18,1). “Estejam alegres orem sem cessar      em tudo dêem graças, isto é o que Deus, em Cristo Jesus, quer de você”. (Tes 5,16-17);
ü  Isto é um convite a uma oração incessante: individual e comunitária, espontânea e litúrgica, movida pelo Espírito;
ü  Oração de louvor, e não somente a oração litúrgica como a liturgia das horas, mas sim espontânea e livre;
ü  Oração de súplica – “não se inquietem por coisa alguma: antes, em todas as ocasião, apresentem a Deus seus pedidos, mediante a oração e a súplica, acompanhadas de ação de graças” (Fl 4,6);
ü  Oração de ação de Graças – agradecemos pelas coisas criadas e pela Obra da redenção.

5- Expressões fundamentais da vida de oração:
ü  Oração vocal-A oração vocal é um dado indispensável da vida cristã. Aos discípulos, atraídos pela oração silenciosa do Mestre, este ensina uma oração vocal”o Pai-Nosso. Jesus não só realizou as orações litúrgicas da sinagoga; os evangelhos o mostram (Jesus) elevando a voz para exprimir sua oração pessoal. Somos corpo e espírito, e sentimos a necessidade de traduzir exteriormente nossos sentimentos. É preciso rezar com todo o nosso ser para dar à nossa súplica todo o poder possível. Essa necessidade corresponde a uma exigência divina. Jesus também quer a expressão exterior que associa o corpo à oração interior, pois recebe assim a homenagem perfeita de tudo aquilo a que tem direito. Sendo exterior e tão plenamente humana, a oração vocal é por excelência a oração das multidões. Mas também a oração mais interior não pode menosprezar a oração vocal.
ü  Oração meditativa – A meditação é, sobretudo uma procura. Meditando no que lê (Sagradas Escrituras, o Evangelho, as imagens sagradas, os textos litúrgicos, o rosário...) o leitor se apropria do conteúdo lido confrontando-o consigo mesmo. Neste particular, outro livro está aberto: o da vida. Passemos dos pensamentos a realidade. Conduzidos pela humildade e pela fé, descobrimos os movimentos que agitam o coração e podemos discerni-lo. Senhor, que queres que eu faça? A meditação coloca em ação o pensamento, a emoção e o desejo. Essa mobilização é necessária para se aprofundar as convições de fé, suscitar a conversão do coração e fortificar a vontade de seguir a Cristo.
ü  Oração mental – A oração mental é a expressão simples do mistério da oração. Na oração, podemos ainda meditar; contudo o olhar se fixa no salvador. É um olhar de fé em Jesus, uma escuta da Palavra de Deus, um silencioso amor. A oração busca “aquele que meu coração ama”. É Jesus e, o Pai. A contemplação é olhar de fé fito em Jesus.  Eu olha para ele e ele olha para mim dizia o santo Cura D’Ars em oração diante do tabernáculo. Essa atenção a Ele é renúncia ai “eu”. Seu olhar purifica o coração.

 ü  Entrar em oração é algo análogo ao que ocorre na liturgia Eucarística: recolher, reunir o coração, recolher todo o nosso ser sob a moção do Espírito... A fim de que nos entregarmos ao Senhor como uma oferenda que precisa de ser purificada e transformada.
  
ü  Não fazemos oração quando temos tempo: reservamos um tempo para sermos do Senhor, com firme determinação. A oração é um dom da graça e uma resposta decidida da nossa parte; não pode ser acolhida senão na humildade e na pobreza. A oração é a entrega humilde e pobre à vontade amorosa de Pai em união cada vez mais profunda com seu Filho.
6- Dificuldades na oração-Distração e aridez.


ü  A distração nos revela aquilo que estamos amarrados, essa tomada de consciência humilde diante do Senhor deve despertar nosso amor preferencial por Ele.  Oferecendo-lhe resolutamente nosso coração para que ele o purifique. Aridez, esta faz parte da oração em que o coração é privado de tudo, sem gosto pelos pensamentos, lembranças e sentimentos mesmos espirituais. Remédio está na fé, na conversão e na vigilância do coração.


 7- Duas tentações que ameaçam a oração – a falta de fé e a acídia.


ü  Nossa falta de fé revela que não estamos ainda na disposição do coração humilde: “sem mim, nada podeis fazer”(Jo 15,5). A acídia é uma forma de depressão devido ao relaxamento da acesse, a diminuição da vigilância, a negligência do coração. “O espírito está pronto, mas a carne é fraca”(Mt 26,41)e que leva ao desânimo.
 
 
8- Objeções à oração – a concepção errônea da oração.

ü  Algumas vêem nela uma simples operação psicológica. Para muitos cristãos, rezar é uma ocupação incompatível com tudo o que eles devem fazer: não têm tempo. A mentalidade desse mundo afirma que o verdadeiro seria apenas o que é verificável pela razão e pela ciência, concluindo que a oração é improdutiva, é, portanto inútil. O ativismo, a oração é apresentada como fuga do mundo.
ü  Os que procuram a Deus pela oração desanimam depressa porque ignoram que oração também procede do Espírito Santo e não apenas deles.
9- A confiança filial.
ü  A confiança filial se prova – na tribulação. A dificuldade principal se refere à oração de súplica, por si ou pelos outros na intercessão. Alguns deixam até de orar porque, pensam eles, seu pedido não é ouvido. “Não possuís porque não pedis. Pedis, mas não recebeis, porque pedis mal, com o fim de gastardes nos vossos prazeres”(Tg 4,2-3). Se pedirmos com o coração dividido, adulterado (Tg 4,4), Deus não nos pode ouvir, porque deseja nosso bem, nossa vida,

ü  Nada se compara em valor à oração; ela torna possível o que é impossível, fácil o que é difícil. É impossível que caia em pecado o homem que reza.

10- O homem espiritual é guiado pelo Espírito Santo, conduzido por ele como nova criatura:
ü  É o Espírito Santo que nos ensina a orar. “Assim também o Espírito de Deus vem nos ajudar em nossa fraqueza. Pois não sabemos como devemos orar, mas o Espírito de Deus, com gemidos que não podem ser explicados por palavras, pede a Deus em nosso favor. E Deus, que vê o que está dentro do coração, sabe qual é o pensamento de Espírito. Porque o Espírito pede em favor de povo de Deus e pede de acordo com a vontade de Deus”(Rom 8,26-27). Eu vos declaro que ninguém, falado sob a ação do Espírito de Deus, diz: Anátema seja Jesus! E ninguém pode dizer: Jesus é Senhor, a não ser no Espírito Santo (Cor12,1.3-7.11)
ü  “Não se embriaguem, pois a bebida levará vocês à desgraça; mas encham-se do Espírito Santo de Deus. Sejam repletos sucessivas vezes com o Espírito Santo. Animem uns aos outros com salmos, hinos e cânticos espirituais. Cantem, de todo o coração, hinos e salmos ao Senhor. Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, agradeçam sempre todas as coisas a Deus, o Pai” (Ef 5,17-20).
ü  “Quero dizer a vocês o seguinte: deixem que o espírito de Deus dirija a vida de vocês e não obedeçam aos desejos da natureza humana. Porque o que a nossa natureza humana quer é contra o que Espírito quer, e o que Espírito quer, e contra o que o a natureza humana quer” (Gl 5,16-17)
ü  “O Espírito de Deus produz o amor, a alegria, a paz, a paciência, a delicadeza, a bondade, a fidelidade, a humildade, e o domínio próprio (Gl 5,22) “Que o Espírito de Deus, que nos deu a vida, controle também a nossa vida” ( 5,25)
ü  “Somos Templos de Deus e o Espírito Santo habita em nós (Cor 3,16;Rm 8-9-10), o Espírito permanece em nós e em nós tem sua morada (João 2,20-27)
ü  “Temos encontrado a Jesus, e o Espírito Santo nos tem inserido e dado vida nEle; mas é necessário permanecermos em Jesus constantemente, para chegarmos       a transformação nEle”(Ef 5)

11- Oração de Jesus:

   ü   Tendo-as despedido, (a multidão) subiu ao monte, a fim de Orar a sós Mt 14,23;
ü  Naquele momento, foram-lhes trazendo crianças para que lhes impusesse as mãos e fizesse uma oração”(Mt 19,13);
ü  Mo Getsêmani, “Sentai-vos ai enquanto vou até ali para orar. Minha alma está triste até a morte. Pernaneça aqui e vigiai comigo. E, indo um pouco adiante prostrou-se com o rosto em terra. Meu Pai, se é possível, que passe de mim este cálice; com tudo não seja como eu quero, mas como tu queres...”(Mt 26,36-44);
ü  De madrugada, estando ainda escuro, ele se levantou e retiriu-se para um lugar deserto e ali orava...(Mc 1-35-39);
ü  “Ora, tendo todo o povo recebido o batismo, e no momento em que Jesus, batizado, achava-se também em oração, o céu se abriu eo Espírito Santo desceu sobre Ele em foram corporal de pomba. E do céu veio uma voz: Tu és meu Filho; eu, hoje, te gerei!”(Lc 3,21);
ü  “Depois que havia chamado seus primeiros discípulos e curado um leproso Ele, se retirou em lugares desertos e orava”  (Lc 5,16);
ü  “Naqueles dias, ele foi à montanha para orar e passou a noite inteira em oração a Deus”.Depois que amanheceu, chamou os discípulos e dentre eles escolheu doze os quais deu o nome de apóstolos”(Lc 6,12-13);
ü  “Certo dia, ele orava particular, cercado dos discípulos, aos quais perguntou: Quem sou eu no dizer das multidões...”(Lc 9,18);
ü  Mais ou menos oito dias depois dessas palavras, tomando consigo a Pedro, João e “Tiago, ele subiu à montanha para orar. Enquanto orava, o aspecto de seu rosto se alterou, suas vestes tornaram-se de fulgurante brancura...”(Lc9,28-30);
ü  “Estando num certo lugar, orando, ao terminar, um de seus discípulos pedei-lhe: Senhor ensina-nos a orar, como João ensinou a seus discípulos”(Lc11,1);
ü  Jesus ora pela unidade (Jo 17,i-26).

12- Ensinamento de Jesus sobre a oração:
ü  Quando orardes, não sejais como os hipócritas, porque eles gostam de fazer oração pondo-se em pé nas sinagogas e nas esquinas, a fim de serem vistos pelos homens...(Mt 5,513);
ü  Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto; pois todo o que pede recebe; o que busca acha e ao que bate se lhe abrirá...(Mt 7,7-11);
ü  Vigiai e orai, para que não entreis em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca”(Mt 36,41);
ü  Por isso vos digo: tudo quando suplicardes e pedirdes credes que recebestes, e assim será para vós. E quando tiverdes orando, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe, para que também o vosso Pai que está no céus vos perdoe a vossas ofensas(Mc 11,24-25);
ü  “Juiz iníquo e a viúva importuna. Nessa parábola Jesus mostra a necessidade de orar sem a desfalecer” (Lc 18,1-14);
ü  “E o que pedirdes em meu nome, eu o farei. A fim de que meu Pai seja glorificado no filho. Se me pedirdes algo em meu nome, eu o farei” (Jo 14,13-14);
ü  “Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vós o recebereis”(Jo 15,7);
ü  “Mas, Nesse dia, nada me pergunteis. Em verdade, em verdade, vos digo: o que pedirdes ao Pai, ele vos dará em meu nome. Até agora, nada pedistes em meu nome; pede e recebereis, para que a vossa alegria seja completa”(Jo 16,23-24);

13- Oração dos cristãos:

ü  O grupo dos apóstolos – “todos estes, unânimes, perseveravam na oração com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus, e com os irmãos dele” Atos1,14;
ü  Cura do aleijado – “Pedro e João estavam subindo ao Templo para a oração da hora nona...” (Atos 3,1);
ü  “Quanto a nós, permaneceremos assíduos à oração e ao ministério da Palavra” Atos 6,4);
ü  “Mas, enquanto Pedro estava sendo mantido na prisão, fazia-se incessante oração a Deus por parte da Igreja, em favor dele”(Atos 12,5);
ü  “Pela meia noite, Paulo e Silas, em oração, cantavam os louvores de Deus, enquanto os outros presos os ouviam...”(Atos 18,25);
ü  “Com orações e súplica de toda a sorte, orai em todo o tempo, no Espírito, e para isso vigiai com toda perseverança e suplica por todos os santos. Orai também por mim, para que, quando eu abrir os meus lábios, me seja dada a palavra para anunciar com ousadia o mistério do Evangelho, do qual sou o embaixador em cadeias: que eu fale ousadamente, como importa o que  eu fale”(Ef 6,18-20);
ü  “Eu recomendo, pois, antes de tudo, que se façam pedidos, orações, súplicas e ações de graças, por todos os homens, pelos reis, e todos os que detêm a autoridade, a fim de que levemos uma vida calma e serena, com toda piedade e dignidade”(1Tm 1,2).
14- Culto à Eucaristia fora da missa:

O Culto prestado à Eucaristia fora da missa é de um valor inestimável na vida da Igreja. A presença de Cristo nas hóstias consagradas que se conservam após a missa, presença essa que perdura enquanto subsistirem as espécies do pão e do vinho resulta da celebração da Eucaristia e destina-se à comunhão, sacramenta e espiritual.

Compete aos pastores, até mesmo pelo testemunho pessoal, estimular o culto eucarístico, de modo particular as exposições do Santíssimo Sacramento e também as visitas de adoração a Cristo presente sob as espécies eucarísticas.

Os fiéis “durante o dia não deixem de fazer visita ao Santíssimo Sacramento, como prova de gratidão, sinal de amor e dívida de agradecimento a Cristo Senhor aí presente”. A não ser que obste motivo grave, a Igreja em que se conserve a Santíssima Eucaristia esteja aberta todos os dias aos fiéis, ao menos durante algumas horas, a fim de que eles possam dedicar-se à adoração diante do Santíssimo Sacramento. O ordinário encoraje muito vivamente a adoração eucarística, tanto breve como prolongada ou quase contínua, com participação do povo.

Também não se exclua a recitação do rosário, admirável “em sua simplicidade e grandeza”, diante do Santíssimo Sacramento conservado e exposto. Sobretudo quando se faz a exposição, mostre-se o caráter dessa oração como contemplação dos mistérios da vida de Cristo Redentor e do plano de salvação do Pai onipotente, usando principalmente leituras tiradas da Sagrada Escrituras.

Atualmente o cristianismo se deve caracterizar, sobretudo pela “arte da oração”, como não sentir de novo a necessidade de permanecer longamente, em diálogo espiritual, adoração silenciosa, atitude de amor, diante de Cristo presente no Santíssimo Sacramento? Quantas vezes, meus irmãos e irmã fiz esta experiência, recebendo dela força, consolação, apoio!

Desta prática, muitas vezes louvada e recomendada pelo magistério, deram-nos o exemplo numerosos santos. De modo particular, distinguiu-se nisto santo Afonso Maria de Ligório, que escrevia: “A devoção de adorar Jesus sacramentado é, depois dos sacramentos, a primeira de todas as devoções, a mais agradável a Deus e a mais útil para nós”. A Eucaristia é um tesouro inesgotável: não só a sua celebração, mas também seu permanecer diante dela fora da missa permite-nos beber na própria fonte de graça. “Um pequeno tempo de verdadeira adoração tem mais valor e trato espiritual do que a mais intensiva atividade”

“Os cidadãos deste povo devem caminhar pela terra, mas como cidadãos de céu, com sue coração enraizado em Deus, mediante a oração e a contemplação”. Atitude que não significa fuga do que é terreno, mas sim condição para uma entrega fecunda aos homens. Por que quem não tiver aprendido a adoar a vontade do Pai no silêncio da oração, dificilmente conseguirá fazê-lo quando sua condição de irmão lhe exige renúncia, dor, humilhação. Puebla 251.


Há, pois que procurar que “todas as atividades na Igreja (reuniões, obras sociais etc) seja ocasião e escola de oração”.Puebla 953.


Nada sem orar e tudo como fruto da oração! Deveria ser o mandato do verdadeiro crente, que caminha realmente no Espírito e quer crescer no Senhor.


           


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