Continuação do dom de líguas
São Paulo descreve o dom de línguas como um dom de oração, que vem socorrer nossa dificuldade de orar: ,”outrossim,” o Espírito vem ao auxílio à nossa fraqueza; porque não sabemos o que devemos pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis ''gemidos inexprimíveis'', quer dizer: gemidos que não podem ser entendidos. (Rm 8,26). Muitas vezes ao começarmos a orar, não sabemos como devemos pedir ou dizer a Deus. Nossa cabeça está tão cheia de preocupações, idéias, afazeres e nosso coração está tão agitado que ficamos “sem assunto diante de Deus”, ou nosso espírito está indisposto diante de Deus, não consegue se entregar inteiramente e então a oração é ineficaz. Daí a importância da oração em línguas, o próprio Espírito Santo que habita em nós, ora em nós e nos auxilia para orarmos e pedirmos de maneira adequada o que necessitamos segundo a vontade de Deus.
O Espírito Santo através do dom de línguas vem em nosso auxílio corrigindo toda esta imperfeição, que existe em nós pelo nosso pecado, vem nos capacitar a orar: vem nos ensinar o que pedir e como pedir; vem nos deixar totalmente livres para que a vontade de Deus se realize em nossas vidas. Aquele que perscruta os corações sabe o que o Espírito deseja, ao interceder pelos santos. O Espírito Santo conhece muito bem as nossas necessidades e as apresenta ao Pai por Jesus, de acordo com a vontade do Senhor.
Quando você ora no Espírito, Ele está pedindo primeiro de acordo com a necessidade; ao mesmo tempo, de acordo com aquilo que Deus sabe ser o melhor. Portanto, a oração em línguas é infalível: daí seu valor. Através do dom de línguas, o próprio Deus ora em nós e por nós. O Espírito refaz o ser de quem ora, Ele não se limita a nos ensinar a orar, mas Ele próprio ora em nós, Ele não se limita a nos dizer o que devemos fazer, mas fala conosco.
São Paulo nos revela que “aquele que ora em línguas não fala aos homens, e sim a Deus: ninguém o entende, pois fala coisas misteriosas, sob ação do Espírito Santo” (1 Cor 14, 2). Sendo um dom de oração, é um canal aberto para um relacionamento pessoal afetivo com Deus, acontece uma união mais estreita com o Espírito Santo. Abre-se o diálogo do homem com seu criador. Através desta união tão íntima entre filhos e o Pai celeste é manifestada na alma dos filhos um progresso espiritual, um avanço no caminho da santidade.
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