quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Os carismas extraordinários

São Paulo escreve na sua primeira carta aos coríntios, capítulo doze versículos quatro o seguinte: “A respeito dos dons espirituais, não quero que vivais na ignorância”. Além desses dons encontramos também em São Paulo os carismas extraordinários. São Paulo usa pelo menos dezesseis vezes o termo “carisma”, em suas cartas (Rm 12,3-8, 1cor 12,27ss; Ef 4,7ss). Podemos definir carismas como dons divinos, como todo dom é dádiva que nos vêm de Deus Pai (Tg 1,17), por Jesus ressuscitado. Carisma significa, pois, dom, presente, favor, doação, obséquio, mimo, donativo, graças. Podemos ainda dizer que o carisma é “uma manifestação do Espírito Santo, para o bem comum”. Sempre que São Paulo fala de carismas têm em mente essas dádivas espirituais para a “edificação do Corpo Místico de Cristo”.

“A cada um é dada a manifestação do Espírito Santo para o bem comum. Porque a um é dada pelo Espírito a palavra de sabedoria; a outro, a palavra de ciência segundo o mesmo Espírito; o outro o mesmo Espírito da o dom da fé; a outro, o dom de cura nesse único Espírito; a outro, o poder fazer milagres; a outro, o dom de falar diversas línguas; a outro, o dom de interpretá-las. Mas toda esta coisa as realiza o mesmo e único Espírito, que distribui seus dons a cada um conforme ele quer” (1Cor 12,7-11). Jesus o chama o Espírito Santo de Paráclito, Consolador, Auxílio, Sustentáculo, Intercessor derramando em abundância na Igreja em Pentecostes. “Vós recebereis o Espírito o Dom do Espírito Santo. Pais a promessa é para vós e vossos filhos, e para todos aqueles que o Senhor nosso Deus chamar para si” (At 2,38).

São Paulo nos relata a importância dos carismas extraordinários do Espírito Santo para a Igreja de todos os tempos e lugares. Hoje essa experiência voltou a fervecência, o Espírito Santo como vento impetuoso sopra como quer. “O vento sopra onde quer e ouves sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim é também todo aquele que nasceu do Espírito do Espírito” (Jo 2,8).

Com o Vaticano II emergiu esse agir do Espírito Santo fortemente, diria mais, a Concílio é uma verdadeira Obra do Espírito. Na sua convocação o Papa João XXIII orou pedindo a intervenção do Espírito Santo para que houvesse um Novo Pentecoste à Igreja. Deus Acolheu seu clamor dando a Igreja um derramamento abundante do Espírito Santo com uma multiplicidade de Dons e Carismas a serviço da Igreja e sua edificação. A Igreja se renovou em todos os aspectos, especialmente com a presença dos leigos animados a serviço das comunidades das pastoral, movimentos e ministérios diversos, sem esquecer a caridade aos mais pobres.

O que seria a Igreja sem o agir do Espírito do Senhor ressuscitado? O patriarca Atenágora responde: “Sem o Espírito Santo, Deus está distante, o Cristo permanece no passado, o Evangelho uma leitura morta, a Igreja uma simples organização, a autoridade um poder, a missão uma propaganda, o culto um arcaísmo, e a ação moral uma ação de escravos”.



 

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