A água - O simbolismo da água é significativo da ação do Espírito Santo no Batismo, pois após a invocação do Espírito Santo ela se torna a sinal sacramental eficaz do novo nascimento: assim como a gestação de nosso primeiro nascimento se operou na água do ventre materno, da mesma forma também a água batismal significa realmente que nosso nascimento para, a vida divina que nos é doada pelo Espírito Santo. “Somos batizados em um só Espírito” também "bebemos de um só Espírito" (1Cor 12,13): o Espírito é, pois também pessoalmente a água viva que jorra de Cristo crucificado como de sua fonte. “Mas o que beber da água que eu lhe der jamais terá sede, porque a água que lhe der virá ser nele fonte de água, que jorrará até a vida eterna” o evangelista observa: “Ele falava do Espírito Santo que devia receber os que nele cressem. (Jo 4,14). A água viva, que Jesus prometeu a Samaritana (Jo 4,10), designa o Espírito Santo. “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. (Jo 7,37-38). A água que jorrou do coração de Jesus, aberto, na cruz, pela lança do soldado (Jo 19,34) é símbolo do dom do Espírito Santo. “Quem não nasce da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus” (Jo 3,5)
A unção - O simbolismo da unção com óleo também é significativo do Espírito Santo, a ponto de tomar-se sinônimo dele. Na iniciação cristã, ela é o sinal sacramental da confirmação, chamada com acerto nas Igrejas do Oriente de "crismação". Mas, para perceber toda a força deste simbolismo, há que retomar a unção primeira realizada pelo Espírito Santo: a de Jesus. Cristo ("Messias" a partir do hebraico) significa "Ungido" do Espírito de Deus. Houve "ungido” do Senhor na Antiga Aliança de modo eminente o rei Davi. Mas Jesus é o Ungido de Deus de uma forma única: a humanidade que o Filho assume é totalmente "ungida do Espírito Santo". A unção dom óleo simboliza a força do Espírito Santo. É a unção penetrante e perfumada, que consagra os sacerdotes, os profetas e os reis, mas especialmente Cristo que é o ungido, o Messias: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu...” (Lc 4,18). Quando uma pessoa se abre à ação do Espírito Santo, recebe a força (coragem) para viver de um modo novo e também anunciar as maravilhas de Deus. A verdadeira renovação do Espírito faz do cristão canal para comunicar ao mundo o poderoso amor de Deus.
O fogo - No Espírito Santo o fogo simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito Santo. O profeta Elias, que "surgiu como um fogo cuja palavra queimava como uma tocha" (Eclo 48,1), por sua oração atrai o fogo do céu sobre o sacrifício do monte Carmelo, figura do fogo do Espírito Santo que transforma o que toca. “João Batista, que caminha diante do Senhor com o espírito e o poder de Elias” (Lc 1,17), anuncia o Cristo como aquele que "batizará com o Espírito Santo e com o fogo" (Lc 3,16), esse Espírito do qual Jesus dirá "Vim trazer fogo à terra, e quanto desejaria que já estivesse acesso (Lc 12,49). É sob a forma de línguas "que se diriam de fogo" o Espírito Santo pousa sobre os discípulos na manhã de Pentecostes e os enche de Si. A tradição espiritual manterá este simbolismo do fogo como um dos mais expressivos da ação do Espírito Santo não extingais o Espírito" (1Ts 5,19).
A nuvem e a luz - Estes dois símbolos são inseparáveis nas manifestações do Espírito Santo Desde as teofanias do Antigo Testamento, a Nuvem, ora escura, ora luminosa, revela o Deus vivo e salvador, escondendo a transcendência de sua Glória: com Moisés sobre a montanha do Sinai, na Tenda de Reunião e durante a caminhada no deserto; com Salomão por ocasião da dedicação do Templo. Ora, estas figuras são cumpridas por Cristo no Santo Espírito Santo. É este que paira sobre a Virgem Maria e a cobre "com sua sombra", para que ela conceba e dê à luz Jesus. No monte da Transfiguração, é ele que "sobrevêm na nuvem que toma" Jesus, Moisés e Elias, Pedro, Tiago e João "debaixo de sua sombra"; da Nuvem sai uma voz que diz: "Este é meu Filho, o Eleito, ouvi-o sempre" (Lc 9,34-35). É finalmente essa Nuvem que "subtrai Jesus aos olhos" dos discípulos no dia da Ascensão e que o revelará Filho do Homem em sua glória no Dia de sua Vinda.
O selo é um símbolo próximo ao da unção - Com efeito, é Cristo que "Deus marcou com seu selo" (Jo 6,27) e é nele que também o Pai nos marca com seu selo. Por indicar o efeito indelével da unção do Espírito Santo nos sacramentos do batismo, da confirmação e da ordem, a imagem do selo ("sphragis") tem sido utilizada em certas tradições teológicas para exprimir o "caráter" indelével impresso por estes três sacramentos que não podem ser reiterados. O dom do Espírito é a garantia por parte de Deus de que recebemos a graça para iniciar uma vida de plenitude.
A mão - E impondo as mãos que Jesus cura os doentes e abençoa as criancinhas. Em nome dele, os apóstolos farão o mesmo. Melhor ainda: é pela imposição das mãos dos apóstolos que o Espírito Santo é dado. A Epístola aos Hebreus inclui a imposição das mãos entre os "artigos fundamentais" de seu ensinamento. A Igreja conservou este sinal da efusão onipotente do Espírito Santo em suas epicleses sacramentais.
O dedo - "E pelo dedo de Deus que (Jesus) expulsa os demônios”. “Se a Lei de Deus foi escrita em tábuas de pedra “pelo dedo de Deus” (Ex 31,18), a “letra de Cristo”, entregue aos cuidados dos apóstolos” é escrita com o Espírito de Deus vivo não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, nos corações” (2Cor 3,3). O hino "Veni, Creator Spiritus" (Vem, Espírito criador) invoca o Espírito Santo como "dedo da direita paterna" (digitus paternae dexterae).
A pomba - No fim do dilúvio (cujo simbolismo está ligado ao batismo), a pomba solta por Noé volta com um ramo novo de oliveira no bico, sinal de que a terra é de novo habitável. Quando Cristo volta a subir da água de seu batismo, o Espírito Santo, em forma de uma pomba, desce sobre Ele e sobre Ele permanece. O Espírito desce e repousa no coração purificado dos batizados. O símbolo da pomba para sugerir o Espírito Santo é tradicional na iconografia cristã. Esta é uma descrição da importância e da obra do Espírito Santo na vida dos cristãos. Só seremos o que Deus deseja mediante a ação do poder do alto em nosso coração.
O sopro - Expressa as ações ou expressões do Espírito Divino. Pelo sopro divino surge a vida e pelo vento, o movimento. No início da criação, Deus formou o homem e “inspirou-lhe nas narinas um sopro de vida e o homem se tornou um ser vivente” (Gn 2,7). Jesus ressuscitado a parece aos discípulos: “soprou sobre eles, dizendo: “Recebam o Espírito Santo” (Jo 20,22). Quando chegou o dia de Pentecostes, o sopro de um vento precedeu a chegada do Espírito (At 2,2).
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